Psicoterapia:
Para fechar essa série de posts sobre ansiedade, a última ferramenta que gostaria de explorar com vocês é a psicoterapia. A psicoterapia é mais do que uma ferramenta, é um tratamento. É o que lhe proporciona descobrir muitas outras ferramentas à medida que você amplia o seu autoconhecimento e entende o que funciona melhor para você.
A psicoterapia não é direcionada. Ou seja, a cada sessão, o assunto pode mudar, lhe levando para caminhos interiores que você não planejava antes da consulta. Esses caminhos costumam ser importantes para o autoconhecimento, pois em geral, você só chegou neles, porque estava experienciando uma escuta ativa profissional, sem julgamento e aceitando tudo o que você traz para a sessão. Somente assim, você pode tocar partes do seu psicológico, da sua carga emocional, da sua história, do seu ser, que no dia a dia estão escondidas dentro de você. E falando sobre as questões que emergirem, você pode não só se permitir sentir o que estava sendo reprimido, mas redefinir o significado de situações passadas ou presentes que lhe geram algum bloqueio para seguir a vida que deseja, de ser quem você quer ser.
Na maioria das vezes, não estamos conscientes dos nossos bloqueios emocionais, pois precisamos cumprir as obrigações que o dia a dia prático nos exige. Assim, por sobrevivência, os bloqueios fazem parte das camadas mais profundas da nossa mente. E a psicoterapia é uma oportunidade de você se libertar deles. O psicoterapeuta deve respeitar o tempo do cliente, ou seja, é o cliente quem decide o que vai falar sobre. O psicoterapeuta faz intervenções para facilitar essa auto descoberta, mas é muito importante o cliente saber que é ele quem decide o que vale ser respondido ou não naquele momento. É claro que o psicoterapeuta deve ser sensível para não ir além do que a pessoa estaria preparada emocionalmente. Mas acredito ser importante deixar claro que o cliente pode e deve discordar do psicoterapeuta caso não se sinta confortável com a intervenção do psicoterapeuta.
Infelizmente, já ouvi histórias de pessoas que não procuraram mais psicoterapia por terem tido uma experiência ruim passada com algum profissional. Então, não se intimide em dizer que não concorda com o seu terapeuta. Ele está lá para facilitar o SEU processo de autoconhecimento. Esse processo é só seu. E você deve saber que está no comando. E se você se sente intimidado a discordar com o terapeuta, você pode discutir essa sensação para a terapia também. Isso será discutido terapeuticamente. Provavelmente, você se sente assim em outros relacionamentos da sua vida também, deixando de colocar o seu ponto de vista, entregando o controle, o poder de decisão da sua vida para situações externas, ou para pessoas que você acha mais capazes do que você mesmo.
Outro ponto importante é quanto a relação que você desenvolve com o seu psicoterapeuta. É uma relação profissional, mas é uma relação. E é preciso que o cliente se sinta ouvido ativamente, sem julgamentos, com aceitação incondicional. Como a minha especialização clínica é na Abordagem Centrada na Pessoa de Carl Rogers, esses itens são fundamentais para que o processo terapêutico de desenvolvimento do cliente ocorra. Se você faz terapia, e não se sente acolhido dessa forma pelo profissional, você pode não só tratar dessa questão durante uma sessão, como pode também buscar outro profissional.
De acordo com a Abordagem que sigo, o diagnóstico do cliente não faz diferença para o processo terapêutico. Ou seja, as intervenções do psicoterapeuta são sempre focadas em aprofundar a experiência do cliente, o ajudando a perceber o que está sentindo no momento presente e qual o significado mais profundo do que ele está experienciando na sessão. Não há um direcionamento de conteúdo, o psicoterapeuta é guiado pelo o que o cliente traz e para o fluxo que está seguindo na sessão. Dessa forma, seja ansiedade, depressão, ou qualquer outro diagnóstico apresentará melhoria nos sintomas à medida que o cliente atinja maior nível coerência na experiência em que vive. Coerência entre o que pensa, o que sente, o que faz, e o que deseja. Coerência de quem quer ser com quem se é. O processo terapêutico permite ao cliente melhor reconhecer quem se é hoje, no aqui e agora. E só assim podemos realizar escolhas mais acertadas no nosso dia a dia, coerentes com quem somos.
Quer fazer psicoterapia comigo? Atendo online. Me envie uma mensagem ou deixe um comentário.
- Escrito por Tatiana Barbosa