Até quando vamos adoecer por não sermos generosos com nós mesmos?

Há alguns meses, tive que desmarcar minha presença numa reunião e como a maioria das pessoas nessa situação, me senti super culpada. Mandei uma mensagem para cancelar, explicando o motivo e pedindo desculpas. Fiquei péssima antes, durante e logo após enviar a mensagem. A resposta foi tão generosa que me lembro de sentar e pensar o quanto ainda preciso refletir sobre a minha auto-cobrança. A responsável pela reunião se despediu na mensagem assim: “Cuide de você!”.

A resposta foi tão cuidadosa comigo, tão oposta ao quanto eu estava me cobrando, que refleti sobre como somos injustos com nós mesmos. Com o rótulo de “sou responsável” nos permitimos praticar as maiores injustiças conosco, deixando de lado até mesmo a nossa saúde. Esquecemos que ser responsável inclui a responsabilidade pela sua família, pela sua saúde emocional, dentre outros, e não somente pelo trabalho. Nos cobramos de forma desumana, colocando compromissos acima da nossa saúde, da nossa família, dos nossos valores. Até quando vamos continuar adoecendo por nos colocar em situações de pressão que desconsideram nossos aspectos humanos?

Isso sem falar dos tantos sintomas físicos e comportamentais derivados do detrimento da saúde mental do indivíduo. Como ignoramos a saúde mental no dia a dia do trabalho… Crises de ansiedade, estresse crônico… E sem a devida atenção, o que já não é bom pode evoluir para burnout, depressão, síndrome do pânico, dentre outros diversos diagnósticos cada vez mais comuns. A sua saúde paga o preço, por viver ignorando a própria humanidade.

Há de se respeitar a necessidade humana de carinho, de relações íntimas de qualidade, de tempo apropriado para descanso, de se ter hobbies (passatempo com intuito de relaxar, de se ter prazer), de se manter uma alimentação equilibrada, de uma rotina física e emocionalmente saudável. Cada vez mais também se fala da espiritualidade como um aspecto que quando desenvolvido contribui à qualidade de vida. E há diversos outros aspectos que  podem ter um peso maior ou menor na qualidade de vida dependendo da pessoa, como: desenvolvimento intelectual, construção de um patrimônio, responsabilidade social, e outros.

Somos humanos, complexos e únicos. Precisamos nos conhecer e nos priorizar. Comecemos por nós mesmos. Seja generoso com você, em primeiro lugar. Fique atento para o sentimento e pensamentos de culpa, ou de orgulho exagerado. O orgulho exagerado faz com que tenhamos prazer em alcançar algo mesmo em detrimento de aspectos importantes como a sua saúde, ou relacionamentos, ou valores, etc. O perigo é em algum momento a pessoa não gostar de quem ela se transformou. Isso me lembra outra situação, mas essa vai ter que ficar para um próximo texto 😉

Já aconteceu algo parecido com você? Vamos conversar!

  • Escrito por Tatiana Barbosa

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